A morte para o verdadeiro Cristão - Lição 03

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INTRODUÇÃO
 Estudaremos uma lição que não agrada os defensores da teologia da prosperidade que anulam a história saliente de alguns servos de Deus que por sua fidelidade não foram remunerados da forma que muitos nos dias de hoje esperam. Houve incansáveis servos de Deus, como Estevam, Tiago, João Batista, que selaram o seu testemunho com o próprio sangue não temendo a morte, mais abraçaram a verdade para agradar unicamente a Deus. Por isso, estão enquadrados entre os que “o mundo não era digno e passaram da morte para a vida (Mt 10:39 - Hb 11:38).
I – A REALIDADE DA MORTE (Thanatos)
- Todos nós estamos sujeitos à morte por causa do pecado (Rm 5:12). Quanto a sua fatalidade, Jesus disse que da mesma forma que morre o ímpio, também morre o justo (Ec 2:16). A morte (thanatos) que quer dizer separação, cessação, rompimento, partida e etc., é sempre ignorada na história da humanidade e muitos resistem a verdade da sua origem que foi em decorrência do pecado e depois disso o cumprimento do que disse Deus: ...do pó foste formado e para o pó tornarás (Gn 3:19). Há sempre um contraste na ideologia humana quanto o que a Sagrada Escritura o diz, por exemplo: “melhor é a boa fama do que o ungüento, e o dia da morte, do que o dia do nascimento” (Ec 7:1). É claro, a bíblia está dizendo que o dia da morte do cristão (justo) é melhor do que o dia do nascimento, até porque o nascimento fala de principio enquanto a morte fala de fim, conclusão, missão cumprida e etc. “Melhor é o fim das coisas  do que o princípio delas...” (Ec 7:8). É obvio, estamos nos referindo á morte ou partida do cristão salvo em Cristo Jesus e não ao cristão nominalmente falando. A Bíblia se refere a dois tipos de morte: a morte física, que acontece com todas as pessoas quando param de viver e a morte espiritual, quando elas não mantêm um relacionamento com Deus e Jesus Cristo.
II - A MORTE NO VELHO TESTAMENTO
- Os israelitas aceitavam a morte como um fim natural da vida. Tinham como objetivo viver uma vida longa e plena, ter muitos filhos e morrer em paz com sua família. Uma morte prematura era vista como o resultado do julgamento de Deus sobre aqueles que Lhe eram desobedientes.
- O Rei Ezequias orou ao Senhor para prolongar sua vida mesmo não tendo sido totalmente obediente (II Reis 20:9). Jó quis limpar sua reputação com Deus antes de morrer (Jó 19: 25-26).  Apesar de pensarem que a morte era o fim natural da vida, os israelitas nunca a viram como uma experiência agradável.
- Tal como hoje, a morte era um fato triste que afetava profundamente as pessoas. A morte eliminava a pessoa do convívio de familiares e vizinhos. Mais importante ainda é que a pessoa não poderia mais se relacionar com Deus. A morte nunca era vista como um limiar para uma vida melhor no céu.  Quando Deus deu a lei para Moisés e para o povo, afirmou claramente que qualquer desobediência aos seus mandamentos teria como conseqüência a morte.  Pelo profeta Ezequiel Deus afirmou que todas as pessoas que o seguissem teriam vida, mas a qualquer que se “desviar da Sua justiça” certamente morrerá  (Ezequiel 18: 21-32). Portanto, toda morte era vista como um mau resultado de seu pecado e desobediência. Mais tarde, essa idéia mudou. Os filósofos judeus começaram a desenvolver idéias sobre vida após a morte e ressurreição do corpo. O livro de Daniel traz a primeira referência sobre uma possível ressurreição dos mortos, quando profetiza " Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno"(Daniel 12;2). Existem outras profecias semelhantes à de Daniel, feitas no período entre o Velho e o Novo Testamento, em que os filósofos judeus acreditavam que a alma era imortal e continuava a existir depois da morte; seu conceito de ressurreição e vida eternamente redimida da morte pôs em cena o trabalho de Jesus Cristo que subjugaria a morte para todas as pessoas.
III - A MORTE E RESSURREIÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
- Enquanto no Velho Testamento a morte é um evento pessoal, no Novo Testamento é um tema teológico. Por causa do primeiro pecado de Adão e Eva, o homem foi separado de Deus e essa separação trouxe a morte ao mundo. Cada pessoa depois de Adão seguiu seus passos. O apóstolo Paulo escreve "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3:23). Todos merecem morrer e uma vez que cometem pecado não são mais merecedores de uma relação com Deus. Quando o Novo Testamento fala sobre morte, está falando de viver uma vida sem Deus; seus escritores sabiam que a morte afeta todos os aspectos da vida. Sem Deus, vive-se com medo da morte e alguém que vive sem Cristo está espiritualmente morto. O livro de Hebreus conta-nos que o diabo, que governa o mundo, é o senhor da morte (Hebreus 2;14). É fácil pensar na morte como um poder demoníaco que governava o mundo até que Cristo, o único que teve poder para vencer a morte em favor de todas as pessoas, finalmente a conquistasse. Quando Cristo morreu, foi enterrado e ressuscitou ao terceiro dia, o poder que a morte tinha sobre o mundo foi permanentemente quebrado.
- O Novo Testamento descreve a vitória de Jesus sobre a morte de várias maneiras. Em Filipenses 2:8 lemos que Jesus foi obediente à morte. Em outra epístola, Paulo diz que "Ele morreu por todos" como sacrifício pelo pecado de todas as pessoas (II Coríntios 5:15). Pedro descreve como Jesus desceu ao Hades (lugar da morte) para conquistá-la (I Pedro 3: 18-19). Sendo o único ser imortal, Deus é a fonte de toda a vida, e somente podemos viver se tivermos um relacionamento com Ele.
- A morte e ressurreição de Cristo proporcionam às pessoas a oportunidade de restaurar sua comunhão com Deus. "Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas"(II Coríntios 5:17). Todas as pessoas que estabelecem um compromisso real com Jesus passam imediatamente da morte para a vida, e todas que obedecem as palavras de Deus terão a vida eterna.
IV – A FIDELIDADE DO CRENTE VERDADEIRO ATÉ  À MORTE
-  (Mt 3:7-10). 
- Dentre vários exemplos na bíblia de fidelidade até o fim, nós temos o de João Batista, profeta destemido, corajoso que demonstrou seu compromisso com a verdade sem temer a morte. Tal qual o Salmista (Sl 119:46), João Batista dar testemunho diante do Rei Herodes e demonstra o seu real compromisso que não é outro se não com a palavra de Deus mesmo que lhe custe a cabeça (Mc 6:27,28). Outro personagem na bíblia é Paulo que em meio às perseguições testificou do Evangelho de Cristo diante do Rei Agripa (At 26:22,23). A lei do Senhor de modo nenhum foi alterada na mensagem do profeta João Batista ainda que não agradasse ao Rei (Mc 6:17-19). A igreja de Cristo não pode se omitir de falar a verdade diante dos poderosos desta vida, pois o poder pertence a Deus onde reside toda a verdade (Sl 117:2). Alguns até questionam dizendo que João cometeu um deslize em falar a verdade para o Rei e usam o pretexto de que o profeta se intrometeu na vida do Majestoso Herodes. Veja, que não precisamos argumentar muita coisa para entendermos a coragem e ousadia do Batista, pois a bíblia diz que devemos está prontos a responder todos aqueles que nos perguntam sobre a verdade, e afinal, João era profeta que fala o que Deus quer dizer ao povo, pois a voz do povo nunca foi e jamais será a voz de Deus. Infelizmente a psicologia moderna tenta influenciar de forma negativa o contexto do evangelho para produzir omissão da parte do crente, que, sendo neófito ou displicente se afastará da responsabilidade inserida na bíblia, responsabilidade essa de repugnar o pecado. Por outro lado a igreja não pode calar-se, mas deve denunciar o pecado  (Ez 3:18; At 20:26-27). Afinal, se a igreja não denunciar o pecado, quem denunciará? As pedras? Ao contrário: ... Elas clamarão (Lc 19:40).
- A morte como vitória
- Na verdade, ainda que o viver do crente aqui na terra seja de bênçãos e magníficas vitórias, mesmo assim, melhor é está com Cristo na glória onde estamos livres de qualquer separação (hino 247 da harpa cristã, CPAD). O Apóstolo Paulo chegou a dizer aos crentes em Filipos, quanto a esse assunto, que estava em aperto, pois viver para ele era Cristo enquanto morrer era ganho (Fl 1:21-24). Estamos certos  de que para o crente fiel à palavra do Senhor, a morte é a conclusão das obras aqui na terra que nos proporciona ao estado de recompensa do nosso trabalho em Cristo Jesus (Mt 25:21-23; Ap 14:13).  - Portanto, nós os salvos, devemos encarar a morte não como um fracasso ou derrota de projetos ou coisas semelhantes a essas aqui na terra, mas sim, como um momento de transição da alma e espírito deixando o invólucro ou tabernáculo terrestre para habitar no céu, logo a nossa cidade não é aqui (Fl 3:20,21).
V – A MORTE QUE VENCEU A MORTE
1 - A morte do Salvador
Os sofrimentos do Salvador culminaram em sua morte. De que tipo de morte estamos falando, quando afirmamos que Cristo morreu ? Há dois tipos de morte que precisamos considerar aqui.
  1. Morte física:
- Quando falamos da morte de Cristo, em primeiro lugar estamos falando da sua morte física, isto é, a separação da alma do corpo. Mas por toda a Bíblia temos uma conceituação sintética da morte, e a morte física é apenas uma das suas manifestações. No caso de Cristo, que não possuía o pecado pessoal, sua morte é vista como punição do pecado, como escreve Louis Berkhof, “punição judicialmente imposta e infligida... é segundo este ponto de vista judicial que se deve considerar a morte de Cristo. Deus impôs judicialmente a sentença de morte ao Mediador, desde que Este se incumbiu voluntariamente de cumprir a pena do pecado da raça humana.”.
- Na sua morte na cruz Cristo suportou, no corpo e na alma, a ira de Deus contra o pecado de toda a raça humana. Mas isso não foi tudo.
  1. Morte eterna:
- Cristo também esteve sujeito a morte eterna. Se bem que não a sofreu extensivamente, mas intensivamente quando agonizou no Getsêmani e quando bradou na cruz , “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Num curto período de tempo ele sofreu a ira infinita contra o pecado até o fim. A morte eterna se revelou na consciência de Cristo como um sentimento de desamparo de Deus. “Isto implica que a natureza humana perdeu por um momento o consciente e fortalecedor consolo que podia auferir da sua união com o Logos divino, bem como a percepção do amor divino, e esteve dolorosamente cônscia da plenitude da ira divina que pesava sobre ela.”. Portanto, a nossa vitória sobre a morte é justamente a morte de Cristo e sua ressurreição, ou ao contrário disto, segundo o Apóstolo Paulo a  nossa pregação seria vã.
CONCLUSÃO
- Sabemos que muitos servos de Deus experimentaram a realidade da morte em suas vidas, até porque o mundo através de seu ódio mortífero tem procurado de uma forma sagaz ceifar vidas assim como o fez com o próprio Jesus que por sua vez não enganou os seus discípulos quando se referiu ao assunto dizendo que o mundo não os pouparia (Jo 17:14; Mt 10:22). O importanto é que todos aqueles que deram suas vidas por amor a Cristo não perderam nada, ao contrário, ganharam a sua própria vida (Mt 10:39). ALELUIA!
Bibliografia
Bíblia de Estudo Plenitude do Espírito (ARC)
Dicionário Língua Portuguesa Online
Apontamentos Teológicos do Autor

COMENTÁRIOS - PR. JOSAPHAT BATISTA. COMANDO OPERACIONAL: PB. CARLOS ALBERTO
(ASSEMBLEIA DE DEUS EM IBOTIRAMA/BA)

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