JONAS – A MISERICÓRDIA DIVINA (LIÇÃO 6)

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INTRODUÇÃO
A misericórdia de Deus incomoda a muita gente, os religiosos não admitem um Deus condescendente com o pecador. Há até cristãos que não conseguem conviver com a graça – o favor imerecido de Deus – aos pecadores. Na aula de hoje, a partir de Jonas, aprenderemos a aceitar o princípio da misericórdia. Inicialmente trataremos a respeito de alguns aspectos do livro, em seguida, sua mensagem, e por último, sua aplicação para hoje.

1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
Jonas, o filho de Amitai, o “profeta patriota”, residente em Jerusalém, um dos profetas de Deus em Israel, chamado para profetizar contra Nínive, a capital do império Assírio. O propósito do seu livro é mostrar a extensão da misericórdia (Deus não trata o pecador como merece) e da graça divina (Deus oferece ao pecador o que não merece). A data provável do livro é 785 – 760 a. C., no tempo de Jeroboão II (II Rs. 14.25), época em que a Assíria era o maior inimigo de Israel e conquistou a nação em 722 a.C. O versículo-chave se encontra em Jn. 4.11 “E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?”. Esse livro apresente uma característica especial em relação aos outros profetas, ele traz apenas uma mensagem profética, que se encontra em Jn. 3.4. Trata-se, portanto, de um gênero narrativo, mas que não deixa de ter um caráter profético, pois revela a mensagem de Deus em relação aos pecadores, independentemente da nação. Alguns teólogos argumentam que a narrativa de Jonas seria apenas uma parábola, por conseguinte, não conteria fatos históricos. Mas não existem evidências que comprovem tal afirmação. O testemunho de Cristo a respeito da história de Jonas mostra que se trata de uma história verídica (Mt. 12.38-42). O livro apresenta a seguinte estrutura: Deus comissiona Jonas para ir a Nínive, e este O desobedece, sendo engolido por um grande peixe (Jonas 1,2); Deus reenvia Jonas para Nínive, a cidade se arrepende dos pecados, por isso o profeta fica amargurado (Jn. 3,4).


2. A MENSAGEM DE JONAS
Jonas recebeu a missão de Deus para pregar em Nínive, mas foge e segue para Tarsis (Jn. 1.1-4). Por causa da fuga, o navio no qual o profeta se encontra é ameaçado por terrível tempestade. Diante de tal ameaça, Jonas testemunha da sua relação com o Deus de Israel e sugere que seja lançado ao mar (Jn. 1.5-16). Eles obedecem a orientação do profeta, mas depois que está na água, Jonas é engolido por um grande peixe, este preparado por Deus (Jn. 1.17). Do interior do animal, denominado por ele de “ventre do abismo” (Jn. 2.2), Jonas ora a Deus e se rende, reconhecendo sua desobediência, e lembrando-se do Senhor (Jn. 2.7), e propondo-se a obedecê-lo (Jn. 2.9). Após sua oração de rendição, por ordem soberana de Deus, o peixe lança Jonas em terra seca (Jn. 2.10). Em obediência a Deus, mesmo contra a vontade própria, Jonas segue para Nínive, por onde caminha anunciando a destruição iminente da cidade (Jn. 3.1). O profeta não desejava que as pessoas se arrependessem, pois se tratavam de inimigos de Israel. Mas o povo, atemorizado com a mensagem, se volta para Deus, o próprio rei decreta jejum (Jn. 3.3.5-9). Acontece justamente o que Jonas temia, o povo deu ouvido à palavra de Deus, o profeta patriota ficou amargurado, pois por causa do arrependimento dos ninivitas Deus exerceu misericórdia (Jn. 4.1-4). Enquanto Jonas se encontra fora da cidade, Deus ordena a uma vinha que cresça para dar sombra ao profeta (Jn. 4.5,6). Mas no outro dia um verme consome a planta, fazendo com que o profeta fique deprimido, desejoso de morrer (Jn. 4.7,8). Deus dá uma lição a Jonas, revelando Sua misericórdia aos pecadores (Jn. 4.9-11).

3. PARA HOJE
Os cristãos receberam do Senhor uma missão, na verdade, uma Grande Comissão, da qual não podem fugir, a de fazer discípulos de todas as nações (Mt. 28.19-20). Uma igreja genuinamente cristã não foge da responsabilidade de testemunhar do evangelho de Jesus Cristo até aos confins da terra (At. 1.8). O evangelho de Cristo é a verdade de que a salvação vem do Senhor, pois Jesus é a salvação dos pecados (Mt. 1.9,21). Ciente dessa missão, devemos levar adiante a palavra de Deus, que é mais afiada que espada de dois gumes, que penetra nas divisões da alma e do espírito, juntas e medulas, e que julga os pensamentos e atitudes do coração (Hb. 4.12). Não poucas vezes queremos colocar Deus dentro do nosso escopo, queremos que Ele julgue de acordo com nossas vontades. Jesus se deparou com esse problema na religiosidade da sua época. Os fariseus não admitiam que Ele estivesse entre os pecadores (Lc. 5.30-32). Aqueles religiosos achavam que apenas eles eram dignos de Deus, mas Jesus os surpreende afirmando que publicanos e prostitutas os precederiam no Reino dos céus (Mt. 21.32). Esse é o principal entrave da religião humana, ela está fundamentada na autojustiça, não atenta para a verdade evangélica de que todos são pecadores, necessitados salvação pela graça divina (Rm. 3.23; Ef. 2.8,9). As pessoas que pensam que são boas perante Deus, e que por isso não precisam de arrependimento, tendem à hipocrisia (Lc. 18.11; 23.27-28). E esta, por sua vez, pode fazer com que as pessoas não se apercebam dos seus pecados, convivam com eles como se tudo estivesse normal, mesmo dentro das igrejas (Ap. 3.17,18).

CONCLUSÃO
A mensagem do evangelho de Jesus Cristo é de salvação, devemos levá-la a todos, indistintamente, arrebatando-os do fogo (Jd. 23). Deus, em sua misericórdia, não tem em conta o tempo da ignorância, antes anuncia a todos, em todo lugar, que se arrependam (At. 17.30). Mas devemos também lembrar que não há nenhum justo, nenhum sequer, portanto, todos se fizeram inúteis perante Deus (Rm. 3.10-12). Por isso, tenhamos cuidados para não agir como os fariseus, e deixarmos de exercitar a misericórdia (Mt. 23.23), pois graças a esta podemos nos aproximar de Deus (Ef. 2.3-5; I Tm. 1.13-16; Hb. 4.16).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.
BAKER, D. W., ALEXANDER, T. D. STURZ, R. J. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2001.

Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

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